Happy new year

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A gente não tem se falado muito, talvez o suficiente pra saber se tá tudo bem de ambos os lados.

Hoje é o primeiro dia do ano e eu queria te dizer 365 coisas diferentes que realmente acontecerão nesse ano que entra, mas você não chegaria ao trigésimo ícone sem me chamar de maluca ou algo do tipo. Mas resumindo bem o excesso da coisa, eu queria te dizer que você tem 365 dias inteiros, que juntos dão milhões de horas pra calcular ( e eu sou péssima nisso), que abraçadinho comigo daria a eternidade, mas não vou entrar nesse causo. Na real, você tem 365 dias nesse ano inteiro pra se sentir incrível, pra recomeçar de dentro pra fora todos os dias, pra resumir a vida toda num sorriso.

Você tem 365 dias pra planejar viagens ( e ir ), pra conhecer novos amores, cair fora deles, chorar por isso, conhecer alguém de novo e morrer de amores mais uma vez. Você tem 365 dias pra tocar o coração de alguém, ou fazer um som bacana que cause o mesmo efeito, num ato de curar a si mesmo do que vem de fora. Você tem 365 dias pra tomar um banho de chuva, um banho de sol, andar no sereno, pegar um resfriado e ligar aqui em casa pra vê se eu tenho tempo pra um abraço.

São 365 dias, um ciclo, um movimento de translação em volta de uma estrela infinitamente iluminada, meu amor, é impossível isso ser uma coisa ruim. Nos próximos 365 dias eu quero que você seja extraordinariamente feliz, mas mais do que isso, eu quero que você se sinta um ser humano extraordinário e comece dai a infinidade de amor que o mundo merece ver em você.

Natália Brandão, publicado em: https://www.facebook.com/OMocoEOOcio/?hc_ref=NEWSFEED&fref=nf

Você não pode sorrir assim….

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Você não pode sorrir assim, é proibido! Você não pode simplesmente olhar pra mim e aguçar a porra da minha poesia, como se fosse uma parte essencial de um mundo fadado ao êxito, enquanto a realidade é um fracasso total. Você não pode chegar e mudar as coisas de lugar só porque no final do dia eu ainda vou querer sorrir pra essa tua cara de brabo, como se tu pudesse converter o ódio do planeta em amor, só porque balbucia o afeto deitado na minha cama. Você não pode me abraçar e dizer que vai bem, porque quando eu te olho atravessar a rua e se perder no aglomerado de pessoas que costumam trabalhar as 7 da manhã, enquanto você sorrateiramente sai da minha casa, eu sinto medo de você não olhar pra trás. Você não pode simplesmente querer fazer parte de mim, quando todo você não pertence a lugar nenhum, e essa é tua parte mais bonita. Você não pode invadir a minha vida e contextualizar o amor enquanto corre os dedos pelas minhas bochechas e jura que volta em todas as vezes que for embora. Você não pode entrar pela porta da frente e pular minha janela na hora de sair, porque eu nunca vou me cansar de esperar pelo teu retorno. Você não pode sussurrar aos meus ouvidos, porque eu fico imaginando um monte de coisas contigo e morro em um texto ou dois falando de amor. Você não pode sorrir assim, é proibido! Também não pode colocar Belchior pra tocar e gargalhar quando ele cantar que ” tudo é permitido, até beijar você no escuro cinema, quando ninguém n vê”. Você não pode ser esse tipo de cara, porque eu não sou esse tipo de garota, mas se voce deita nas minhas coxas, podemos ser o que quiser.

Natália Brandão, publicado em: https://www.facebook.com/OMocoEOOcio?fref=ts

Sobre a necessidade de ser mais

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Diante da necessidade casual do ser humano de ser mais, todos os dias, o tempo inteiro, quando percebemos e quando não fazemos questão, procuramos alguém que desafie os nossos instintos, que acrescente um pouco mais de medo na vida, que nos exija um tesão diário de acordar e sentir vontade de sorrir porque não estaremos sozinhos. A ideia de provocar nosso cotidiano a fugir da rotina é instigante, é como se vivêssemos num zoológico e fôssemos alimentados diariamente sem esforço nenhum e de repente abrissem a jaula e do lado de fora existisse um infinito de possibilidades de comida à companhia. No ponto G entre o sexo e a poesia, entre liberar o libido por instinto ou por prazer, estaremos um passo a frente na procura pelo indivíduo que nos provoque a sensação mais aguda de excitação. Mesmo quando juramos amor eterno a calmaria de um coração, a parte que mais se parece com o caos é a que mais faz a gente se sentir vivo. É a entrada que aguça o nosso apetite, não a sobremesa.

Natália Brandão, publicado em: https://www.facebook.com/OMocoEOOcio?fref=ts

Quando o dia termina

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Eu estou aqui pros casos e descasos dessa vida, moço, pra acolher os erros e acertos de todos esses anos, que a gente jurou não se querer. Abro sorrisos pro tempo que passou e deixo lágrimas caírem sobre aquelas velhas palavras, que inventei pra te ver chegar. Somos tão nossos, moço, tão certos do amor que carregamos no peito, que por mais que os desencontros sejam inúmeros, sabemos a quem o nosso abraço pertence toda as vezes que o dia termina.

Natália Brandão, publicado em: https://www.facebook.com/OMocoEOOcio?fref=ts

Eu não me reconheço mais

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Eu abracei a solidão hoje, moço, comprei livros novos, me doaram livros velhos e nessa tarde, pensei em fitas cassete. Tenho a ligeira impressão de que eu nunca vou deixa de ser antiquada. O novo não me assusta, mas o velho me fascina, me intriga, me enche de curiosidade e brilho nos olhos. Talvez seja esse o motivo, pelo qual não deixo a casa. Eu vejo em você, a luminosidade mais expressiva, que as minhas pupilas já tiveram. Eu tenho em você, o doce e o amargo, travando uma briga infindável, pra ver qual dos dois come o meu coração primeiro. Eu não te reconheço mais, moço, eu não me reconheço mais. Me olho no espelho e vejo olheiras fundas e escurecidas, tão perdidas quanto o meu abraço, no vazio da sala. Ontem eu quis sair por ai e te procurar, ou abandonar a casa, ou até mesmo trancar tudo e me afundar nesse vácuo que é a vida sem você. Contudo, o dia hoje acordou sereno, com um sol tranquilo e aconchegante, me exigindo recomeços. Abri as portas e janelas, deixei a brisa leve que corria, me preencher e me encher daquelas vontades e incertezas da vida lá fora. Eu não te espero mais chegar, moço, mas tenho certeza sobre a sua volta.

Natália Brandão, publicado em: https://www.facebook.com/OMocoEOOcio

Pagando o preço

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Minha paz cotidiana vem de um riso, vem de um disco, vem de um abraço necessário e quente, que me come em apertos. Eu danço meus dedos entre as covinhas mais bonitas do universo e deixo minhas bochechas descansarem em uma barba maltratada e fora de órbita. Eu me perdi pra encontrar você, moço e to pagando o preço diariamente, te vendo invadir a minha loucura e explorar todo o desespero do mundo, preso em um pequeno músculo, que grita teu nome em intervalos regulares de sua batida.

Natália Brandão

A gente volta sempre…

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A gente volta sempre, mesmo que vá embora hoje e tente algo novo amanhã de manhã, ou em alguns anos. A gente volta porque se sente seguro, porque se sente parte de um outro riso, de um outro abraço, de uma outra alma. A plenitude universal de um coração é se sentir em casa e você bem sabe como eu me sinto quando vejo você chegar. Se você demora não é mais meu, mas se vem agora, sempre foi. Na carreira de dias que passam sem piedade você aumenta a velocidade deles em todas as vezes que resolve ficar, ou me amar, ou insistir em descaso o que o coração não consegue disfarçar em detalhes. Você mais do que ninguém sabe que o mundo dá voltas e que se a gente vai embora é pra ter sempre lugar pra voltar.

Natália Brandão, postado em: https://www.facebook.com/OMocoEOOcio?fref=ts

Naufrago

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Esses teus olhos que ‘infinitam’ os meus numa dinâmica voraz dos meus sentimentos mais bonitos, que precipitam minhas guerras, mas me sujeitam a paz de dias melhores. Você sabe que em algum momento, no meio dessa imensidão de gente desafinada teu riso cantou minha canção predileta na estação de rádio mais famosa do meu corpo, aquela mesma que batuca o amor pela avenida nos meus dias mais intensos. Você chegou com o mesmo aperto de um abraço, entornando o afeto nas minhas lacunas mais evidentes e preenchendo com luz todo meu dom de viver no escuro. Eu não precisei de muito, você sabe, pra amar você e te colocar de baluarte no eixo mais ostensivo do meu caos e também não precisei evaporar o meu excesso em água fervente pra não falar de sentimento no final do dia. Eu construí o apreço com torrões de açúcar, enquanto derretia meus medos na ponta da tua língua. Você sorriu e eu aprendi a sobreviver ao amor, mesmo naufragando diariamente o meu navio internalizações.

Natália Brandão, publicado em: https://www.facebook.com/OMocoEOOcio?fref=ts

Conto pra te deixar ir (ou não)

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É terminantemente permitido ir embora, assim como é sugestivamente permitido ficar. Você pode ir, se quiser, pode habitar outros cantos e escolher não ser poesia no final da tarde. Mas você também pode retardar o amor e voltar ao início do afeto e virar um livro, talvez um samba e carnavalizar meu ano inteiro. Você pode dormir sem pensar em nada, não aparecer por uma década, esgotar o amor no primeiro beijo de amanhã de manhã. Sim, você pode! Mas você também pode casar os nossos medos, encantar os nossos erros e desfilar sua imortalidade em poesias diárias, porque garoto, não existe nada mais bonito que amar você. Você pode não olhar pra trás, não entender o excesso, derrubar o meu drama e se cansar de um abraço. Mas você também pode monopolizar meu apreço, rotar no meu eixo e tocar no meu disco qualquer canção que exija teu riso.

 

Natália Brandão, publicado em: https://www.facebook.com/OMocoEOOcio?fref=ts