Acordei com uma poesia na ponta da língua. Cantei minhas palavras favoritas e me peguei dançando em frente ao espelho. Por um dia esqueci as pessoas de paletó e o homem de cara amarrada descendo as escadas do apê.
Por hoje peguei a minha cesta para colocar tudo o que há de bom: dizer um “bom dia” agradável a moça que fica sentada numa cadeira a metade do dia, agradecer o carinho de uma pessoa que mal te conhece no meio da rua e o sorriso do cara bondoso.
Tenho me apegado a sentimentos tão bons que nada de ruim tem me atingido ultimamente. É aquele tipo de coisa: ser e estar são palavras distintas, por isso eu sou feliz, não estou. E dessa vez eu me amarrei também nas metáforas.
As melhores coisas da vida: sorrir sem ter motivo, ganhar sem dizer que dá trabalho, fazer por amor e receber elogios pelo que faz. Uma época atrás eu tinha perdido os sentidos e não sabia o motivo das minhas lágrimas, mas hoje agradeço o filme em preto e branco que eu passei.
E quando cair uma chuva de cores neutras, eu pintarei de azul da cor do céu o amor que enfeitei nas metáforas que queiram ser tristes.
Aqui não se pinta infelicidade,
apenas muito amor e amizade.
Karine Clessia